quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Dia 4 - Afinal Erasmus é fixe

Acordei muito mais bem disposto e entusiasmado que ontem, apesar da dor de cabeça e do frio que se fazia sentir. Fui arranjar-me e cheguei à faculdade com o habitual atraso de 10 minutos. É tradição.
Estávamos a fazer um debate na aula de Sistemas Políticos quando entrei, e disseram para me juntar ao grupo que só tinha quatro pessoas, porque os outros já tinham todos cinco. Por sorte, esse grupo também tinha estudantes Erasmus. Um francês, uma brasileira e dois espanhóis. Não faço ideia do nome do francês, até porque ele não era muito simpático. Pff, avecs. Um dos espanhóis era muito simpático, com o outro mal falei. A rapariga chamava-se Liana e ficou tão contente como eu por encontrar alguém que falasse português. Como estou um nojo a espanhol, precisava de ter aulas e não posso assistir às da faculdade, ela indicou-me um centro de línguas onde estava a ter aulas e era mais barato também. Quando acabou a aula, fomos lá, para saber se ainda podia fazer as provas de ingresso, consultar horários e preços. Pelo caminho conhecemos uma outra rapariga brasileira, que estava atenta à nossa conversa, a Beatriz, que também estava a ir para o centro de línguas para ter mais informações acerca das aulas. Fiquei logo super animado, por finalmente estar a conhecer pessoas, que ainda por cima moravam tão perto de mim. Ao que parece, o horário ali também é incompatível com o meu horário na faculdade. Vou aprender espanhol a ler as folhas de publicidade do Lidl, está decidido.
Antes da aula de Direitos Fundamentais, à tarde, resolvi ir ao Centro de Relações Internacionais para poder finalmente levantar o meu cartão de estudante. Quando estava quase a chegar lá, tive de voltar a casa para vir buscar a porcaria da declaração da matrícula. Que raiva. Já não posso com os meus pés. Preciso de uma massagem.
Consegui, ainda assim, levantar o meu cartão antes das 14h e chegar à aula a tempo. Sentei-me ao lado de uma rapariga de Erasmus, que fiquei a conhecer: Tina. Bastante simpática e também esteve à toa durante os primeiros dias, como eu. Já percebi que é normal, e que afinal não fui o único a desesperar por não conhecer ninguém. Depois da aula, fui falar com o Mario (porque andámos na escola juntos - o professor de Direito, caso não se recordem) e perguntar-lhe concretamente em que consistia o trabalho que temos para fazer. Juntou-se mais um bando de aves raras a nós, que eram obviamente outros alunos Erasmus. O Mario foi simpático e marcou-nos uma tutoria uma vez por mês para conseguirmos acompanhar o ritmo da turma. Entretanto saímos e ficámos todos lá fora à converseta. Foi a loucura, tantos Erasmus juntos pela primeira vez, todos com aquela tesão do mijo por estarmos finalmente a conhecer pessoas.
À Tina, juntou-se a Michelle, a Anna, a Minh, a Jannelieke (que não consigo de todo pronunciar) e o Benoit, que me deram o seu endereço de email, sendo só por isso que ainda sei os nomes deles. Tudo gente muito simpática. Fiquei com a Anna, porque todos os outros tiveram que ir para as aulas. Ficámos durante algum tempo a falar, até que outra rapariga, a Sara, se juntou a nós quando se apercebeu que éramos Erasmus. É automático, os Erasmus são uma espécie de sociedade com a qual os outros alunos não falam. O que até acaba por ser bom, porque nos "força" a falar uns com os outros, acabando por conhecer muitas pessoas de outros países e várias realidades diferentes. Tive uma tarde de ensinamentos sobre Itália, e deliciei-me a ouvir a Sara e a Anna a falarem italiano uma com a outra (aquilo é mesmo giro). Já ficou prometida uma aula de explicações de Português.
Entretanto vim para casa, comi qualquer coisa e estive sem fazer nenhum o resto da tarde. Até estava algum sol, mas estava preguiçoso e cansado demais para fazer o que quer que fosse. Fui deitar-me às 19h e acabei por acordar já eram quase 23h. Liguei à mamã, porque já tinha 5 milhões de chamadas não atendidas, não fosse estar eu para aí estendido numa valeta qualquer.
Comi cereais enquanto falava com a Inês sobre a bomba do ISCSP. Aquele rapaz que gritou ao Passos, é o maior boss de sempre e merecia uma ovação. Fomos beber café a uma rua aqui mesmo ao lado e finalmente  conseguimos beber café em condições, porque era Delta. O ambiente daquele café era bom, tenho que voltar lá mais vezes, até porque está aberto até tarde e tem umas mesas super fixes:





Como amanhã só entro às 17h, aproveitei e fiquei até agora a actualizar o blog e a fazer outras inutilidades no Gmail. Mas como já estou cheio de sono, está um frio enorme e já estou farto de escrever, isto deve ter ficado uma merda pegada. Portanto, vou enfiar-me na cama e sair de lá daqui a 10 anos.


P.S - Tanta merda para fazer a matrícula e ir buscar o cartão de estudante, e ainda nem sequer activei a conta no Studium. Sou tão inteligente.

P.S 2 - Os espanhóis não são porcos como nós, as ruas de Salamanca estão todas limpinhas, não há lixo no chão e em todas as passadeiras há um caixote.

P.S 3 - Apesar de serem limpinhos, a ASAE fechava todos os cafés e todo o comércio local daqui, porque são muito mais "descontraídos" com esse tipo de mariquices.

P.S 4 - Sou fixe porque já sei meter fotos nos meus posts! :D

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