terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dia 9 - O primeiro contacto com gente Não-Lusitana da Península Ibérica

Ou para os mais distraídos, o primeiro dia de contacto com espanhóis.
Segunda-Feira é sempre a mesma merda. Ninguém gosta, pelo simples facto de ser Segunda-Feira, e acordar às 8h da manhã, não ajuda ao meu mau humor matinal.
Fui para a aula de Sistema de Garantias, aquela porcaria é igual a Direito Administrativo, quero morrer. Depois daquela aula, fui ter com a Tina e a Anna à  Cafeteria para o primeiro encontro Erasmus da semana. O tempo passou a correr e entretanto lembrei-me de ir à biblioteca procurar um livro de que necessito, para ver se poupava 30 euros, porque aqui qualquer coisa que custe mais de 5 euros é muito para mim. Acabei por descobrir que a localização da entrada da biblioteca é um género de local secreto, porque quer eu, quer outras andorinhas Erasmus que encontrei pelo caminho e às quais me juntei, andámos mais de 20 minutos à volta do edifício para tentar descobrir alguma entrada que não fosse uma janela.
Não percebi nada daquela biblioteca. Não encontrei livro nenhum. Fui para casa almoçar porque isso é que importava.
Quando voltei de almoço e tive Hacienda Pública comecei a ver a minha vida a andar para trás. Não sei como é que vou passar àquela cadeira. O aspecto positivo foi que consegui conhecer três espanhóis (duas raparigas e um rapaz), que combinaram encontrar-se mais tarde comigo para me deixar copiar o livro que necessitava. Para aproveitar o tempo (que cá é uma coisa à qual já aprendi a dar valor, porque tenho de ser eu a fazer tudo), fui com a Inês às compras buscar algumas coisas que precisávamos. Mas passar no corredor dos chocolates e das bolachas é fatal como o destino para mim e para a Inês, que não somos nada gulosos... Comprámos um bolo Oreo para fazer, que ainda ali está guardado no armário. Só consigo pensar na hora em que vamos fazer aquilo, nesse dia já temos jantar.
Convidámos a Madalena para jantar e depois de ter chegado das compras, fui ter com os chicos espanhóis para irmos tirar a cópia do livro. Acabou por ser 27 euros mais barato que comprar o original, portanto o Roberto, a Nerea e a Pilar já merecem um lugar no céu. Ficámos na converseta e eles levaram-me a um café onde bebemos qualquer coisa e tive umas lições de espanhol à borla. Entretanto já passavam das nove e meia e a Madalena e a Inês estavam em casa à minha espera há mais de uma hora para jantar. O melhor disso é que supostamente era eu a cozinhar. Como a Inês é uma santinha, fez o jantar e quando cheguei já estávamos prontos a sentar e comer.
Passámos um serão agradável, fomos beber um cafezito e discutimos sobre quanto os irmãos mais novos são tão adoráveis e queridos. Ou não.

Como de costume só depois das 3h é que me consegui deitar. Mas aqui ando com os horários todos trocados. Deve ser o jet-lag.

P.S - Perdi o meu isqueiro, então ando com uma caixa de fósforos da cozinha para acender os cigarros. Acham todos que sou doente. O que nem é mentira de todo.

P.S 2 - Os espanhóis são um bocado burros e não sabem falar em Inglês. O Benôit achou que eu não devia dizer isto a plenos pulmões no meio da faculdade, correndo o risco de criar um incidente internacional, mas como eu lhe disse isto em inglês, no pása nada, porque eles obviamente não entenderam.

1 comentário: